Médicos canadenses visitam unidade de saúde do Combú
Médicos residentes da Universidade de Toronto (Canadá) estiveram nesta quinta-feira,11, visitando a Estratégia Saúde da Família do arquipélago do Combu para conhecer o Programa Saúde da Família em Belém como estratégia de conhecimento adicional para a sua formação profissional.
A equipe, composta por Melanie Henlry, Eddie Rooke e Vanessa Redditt, já passou por São Paulo, sul de Minas Gerais e Rio de Janeiro e, depois do Pará, irá à Brasília, onde concluirá a viagem, no final do mês de junho. Em solo paraense, eles já conheceram duas ESFs de Marituba e a URE Marcello Cândia, onde realizaram atendimento a portadores de hanseníase.
Os canadenses foram recebidos pela enfermeira da unidade, Telma Curcino, pelo médico Fábio Leite, pela coordenadora da Referência Técnica de Tuberculose e Hanseníase da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), Emanuele Chaves, e por alunos residentes em Estratégia Saúde da Família do curso de Enfermagem da Universidade do Estado do Pará (Uepa). Os profissionais locais explicaram aos visitantes a situação sócio-econômica da região, bem como o perfil epidemiológico, a rotina da Unidade e os desafios diários, que perpassam pela dimensão da ilha face à baixa densidade demográfica espalhada por todo o arquipélago, população 100% ribeirinha, dificuldades de acesso, entre outros.
Para Melanie Henlry, a realidade encontrada no Combu possui similaridades com situações encontradas em ilhas do Canadá, como a falta de renda fixa de boa parte da população, que depende de auxílios do governo e o acesso às Unidades de Saúde para tratamento. “Lá não temos o Agente Comunitário de Saúde para ir até a população. Esperamos as pessoas procurarem o serviço. Considero isto um grande diferencial do sistema de saúde do Brasil e acredito que isso faça a unidade funcionar melhor e contribua para melhor controle de tuberculose e doenças tropicais, por exemplo”, disse.
A visita foi considerada uma “grande e valiosa experiência” pelo grupo, que pôde acompanhar o funcionamento da ESF Combu, participar do atendimento médico, conhecer as fichas de notificação e entender as peculiaridades do fluxo da atenção básica no arquipélago. “A Unidade tem um clima diferente de todas as que visitamos. Ela é mais acolhedora e próxima da comunidade”, destacou Eddie Rooke.
A coordenadora da Referência Técnica de Tuberculose e Hanseníase da Sesma, Emanuele Chaves, avaliou a visita como muito produtiva. “O objetivo inicial era apresentar as peculiaridades e estratégias de cuidados relacionados aos pacientes em tratamento para hanseníase. Contudo, como o usuário deve ser atendido de forma integral, a abordagem da equipe perpassou por outros programas e tipos de atendimento, mostrando a complexidade do atendimento realizado”, ressaltou.
O arquipélago do Combu é composto de seis micro-áreas, nas quais moram 2.300 (duas mil e trezentas) pessoas. A Estratégia Saúde da Família do Combu possui uma equipe completa, composta de médicos, enfermeira, técnico de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde.
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