Projeto Ginga Belém reúne mestres da capoeira do Brasil e do mundo

Por Priscylla (COMUS)  15/04/2016 08h58  08h58

A segunda edição do projeto Ginga Belém, que reúne grupos brasileiros e estrangeiros para discutir e trocar experiências sobre a capoeira na capital paraense, teve início na noite desta quinta-feira, 14, com a realização de palestras e apresentações da modalidade. Promovido pela primeira em 2013,  o projeto é realizado pela Prefeitura de Belém por meio da Secretaria Municipal de Esporte, Juventude e Lazer (Sejel) e segue até sábado.

Durante os três dias de evento, o público poderá participar de palestras, oficinas e cursos, ministrados por mestres e professores, inclusive de fora do Brasil como Marcos Ney de Souza. Conhecido no mundo da capoeira como Contramestre Cacique, Marcos é paraense, mas mora na França, onde dá aulas. Ele ministrou a palestra de abertura do Ginga Belém que teve como tema os desafios da capoeira.

“Tenho muito orgulho de ter começado minha história aqui em Belém e tudo que aprendi levo para meus alunos na França. Esse é um momento de grande importância na minha vida, já esperava isso há muitos anos. Passei por muitos países me aventurando com a capoeira, buscando sempre melhorar. E essa é uma fase importante na minha carreira de voltar a Belém contando minhas experiências e os desafios que enfrentei, estou muito entusiasmado”, declarou Marcos Ney de Souza.

Mais de 400 pessoas entre capoeiristas e simpatizantes do Brasil e de outros países devem participar do Ginga Belém que segue até sábado e pretende promover uma integração e maior conhecimento da cultura de cada lugar por meio da capoeira.

“É o primeiro encontro internacional de capoeira no Pará e a perspectiva é grande. Vamos mostrar a capoeira no Brasil e conhecer como é na França, África, Canadá e outros lugares do mundo. É momento de troca de experiência e tudo isso gratuitamente”, pontuou o coordenador do Ginga Belém, Marco Canellas.

Eduardo Ninja é do Canadá e está em Belém pela primeira vez. “É uma grande oportunidade para mim. Poder conhecer a cultura da capoeira paraense é gratificante, com certeza vamos aprender muita coisa e levar para nosso país”, pontuou.

O Ginga Belém é aberto à população e entre os objetivos pretende mostrar a importância da capoeira como legado africano, além do resgate da religiosidade, respeito e cordialidade, característicos da prática.

A professora paraense, Joana Carneiro, dá aulas de capoeira há mais de dez anos em Moçambique, na África, e veio participar do evento para contar um pouco das peculiaridades dessa arte na cultura africana. “Vim passar para o público como começou a capoeira na África, qual o diferencial e como eles usam no dia-a-dia. Já participei de vários projetos lá e hoje tenho a minha própria escola, a capoeira é uma paixão que precisa ser compartilhada”.

Nesta sexta-feira, 15, a programação vai ocorrer no ginásio Altino Pimenta, com  cursos e palestras. No sábado, 16,  também no ginásio Altino Pimenta, haverá cursos práticos com as crianças do projeto Capoeira nas escolas, da Secretaria Municipal de Educação (Semec), a partir das 9h. O projeto toma como base a Lei 10639/2003, que determina o ensino da capoeira nas escolas públicas e particulares. Em Belém, cerca de 16 escolas municipais oferecem aulas de capoeira para 720 alunos, com idades entre 8 e 14 anos.