Mabe abre as portas para receber crianças das comunidades de Belém

Por João (COMUS)  24/07/2017 11h53  11h53

Os artistas paraenses Benedito Mello, Ruy Meira e o consagrado artista plástico brasileiro Cândido Portinari,são figuras consideradas ímpares pelos assíduos frequentadores de museus mas, até então, personalidades desconhecidas para a estudante Vitória Barata, uma das 60 crianças entre 7 e 13 anos, do Projeto Comunhão e Vida, do distrito de Outeiro, que na última quinta-feira, 20, participaram de uma visita monitorada ao acervo modernista do Museu de Arte de Belém (Mabe).

Para Vitória, foi uma verdadeira descoberta conhecer as mais de 50 obras do acervo, que mostram monumentos e costumes da cultura paraense.“Estou gostando de tudo, são obras muito bonitas. Eu adoro todos os tipos de museu, de animais e de obras de arte. É importante sim conhecer mais a história de onde vivemos. Fico feliz de vir aqui”, afirmou a estudante.

As visitas fazem parte de uma parceria entre o museu e diversas comunidades de Belém que já realizam colônias de férias, para incluir o Mabe nas atividades oferecidas para as crianças.

Desde o início da programação sete comunidades já passaram pelo museu. Ao todo, mais de 250 crianças já puderam apreciar e conhecer um pouco mais da história de Belém e conhecer obras de artistas renomados como Portinari.

 “Nós fazemos um trabalho social, com reforço escolar, alimentação, lazer, e tudo que uma criança precisa. Trabalhamos duas vezes por semana e durante as férias, na nossa colônia, percebemos a importância de levar conhecimento histórico na visita ao museu", explicou Claudia de Mello, uma das coordenadoras do projeto Comunhão e Vida.

Acervo

Quem chega ao Museu de Arte de Belém, encontra as mais diversificadas formas de pintura, como o óleo sobre  tela, desenhos à mão, aquarelas e pintura em aglomerados.

O Mabe é referência nacional com seu acervo modernista. Prova disso é que três obras do museu, estão em São Paulo na exposição "Invenções da mulher moderna, para além de Anita e Tarsila", que segue até o dia 20 de agosto, no Instituto Tomie Ohtake. “As obras Vendedora de Cheiro, Vendedora de Tacacá e Mendiga, da Antonieta Feio, foram solicitadas por serem consideradas referências de obra do movimento modernista, assim como todas as obras do Mabe”, afirmou a diretora do museu, Dora Lúcia Lourenço.

Em meio a olhos atentos e muita curiosidade da criançada, o técnico em Educação do Mabe, Claudio Carvalho foi o responsável por guiar o grupo e tirar todas as dúvidas sobre as obras. “Ao todo, 15 comunidades vão ter essa oportunidade de conhecer nosso museu. É muito bom ver o interesse deles. Ficou muito feliz em poder ajudar na formação do conhecimento dessas crianças, mesmo que por um dia”, disse Claudio.

Enquanto alguns conheciam Portinari e outros queriam ver as pinturas que simbolizam a história do Pará, outra peça chamou a atenção do pequeno Micael Cleyton, de oito anos. “É a primeira vez que entro em um museu. Olha como é linda essa obra, uma canoa pescada, nunca tinha visto isso”, admirou-se.

A expectativa é de que mais oito comunidades passem pelo Mabe até a próxima quinta-feira, dia 27. Ao todo, mais de 500 crianças devem ter a oportunidade de conhecer o Museu de Arte de Belém.

Serviço

O Museu de Arte de Belém funciona no Palácio Antonio Lemos, localizado na Praça Dom Pedro II s/n, e durante o mês de julho pode ser visitado de terça a quinta-feira, de 10h às 18h e sábado e domingo das 9h às 13h. A partir de agosto, o museu volta a funcionar às sextas-feiras, a partir das 10h. A entrada é franca.