Prefeitura de Belém anuncia criação de Casa do Modernismo Brasileiro Bruno de Menezes
Durante visita às obras de revitalização do palácio Antônio Lemos, no bairro da Cidade Velha, na manhã desta terça-feira, 15, o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, assinou a desapropriação da casa de número 26, na rua João Diogo, onde será criada a Casa de Cultura do Modernismo Brasileiro Bruno de Menezes.
O imóvel já foi moradia do escritor paraense e ainda pertence à sua família, que aluga o espaço e que será indenizada pela administração municipal.
Acervo modernista
O anúncio da criação da Casa de Cultura foi acompanhado pelo escritor e pesquisador Paulo Nunes, que tem um trabalho bastante significativo na pesquisa das obras de poetas e escritores paraenses, como é o caso de Bruno de Menezes.
A Casa de Cultura do Modernismo Brasileiro Bruno de Menezes, que homenageia o escritor e folclorista paraense, será administrada pela Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel) e deve acolher o acervo da vida do escritor e de outros artistas modernistas paraenses.
“Grande parte da família de Bruno de Menezes está bem emocionada e feliz com a homenagem. Assim como já ocorre em outras capitais brasileiras, estamos homenageando um fazedor de cultura da nossa terra, dando a ele um espaço que reúne suas obras”, pontuou o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, durante o anúncio da criação do espaço.
Bruno de Menezes, o modernista paraense
Prestes a completar cem anos da Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo em 1922, que marcou o movimento artístico modernista no Brasil, a Prefeitura de Belém anuncia a criação de uma Casa de Cultura, para reunir as obras de artistas paraenses, inclusive dos modernistas, como é o caso do poeta e folclorista Bruno de Menezes, que dará nome ao espaço.
Considerado o propulsor do Modernismo em Belém, Bruno de Menezes criou a revista Belém Nova, em 1923, reunindo trabalhos, tanto dos modernistas como de artistas anteriores.
Bruno também integrou a Academia Paraense de Letras, onde chegou à presidência. Sua poesia se caracteriza pelo canto à raça negra, pela cidade de Belém, as tradições e o amor.
Sua obra mais conhecida, o livro Batuque, escrito em 1939, que é considerada a primeira obra poética modernista afrodescendente no Brasil, antecipando a negritude, criada em Paris por um grupo de autores negros. Em Batuque, o poeta expõe os hábitos e costumes do negro brasileiro.
Bento Bruno de Menezes Costa morreu em 1963, aos 70 anos, deixando um grande legado literário de Belém para toda a Amazônia e ao país.