Prefeitura de Belém anuncia criação de Casa do Modernismo Brasileiro Bruno de Menezes

Por Fabricio (COMUS)  15/02/2022 17h21  17h21

Durante visita às obras de revitalização do palácio Antônio Lemos, no bairro da Cidade Velha, na manhã desta terça-feira, 15, o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, assinou a desapropriação  da casa de número 26, na rua João Diogo, onde será criada a Casa de Cultura do Modernismo Brasileiro Bruno de Menezes.

O imóvel já foi moradia do escritor paraense e ainda pertence à sua família, que aluga o espaço e que será indenizada pela administração municipal.

Acervo modernista 

O anúncio da criação da Casa de Cultura foi acompanhado pelo escritor e pesquisador Paulo Nunes, que tem um trabalho bastante significativo na pesquisa das obras de poetas e escritores paraenses, como é o caso de Bruno de Menezes.

A Casa de Cultura do Modernismo Brasileiro Bruno de Menezes, que homenageia o escritor e folclorista paraense, será administrada pela Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel) e deve acolher o acervo da vida do escritor e de outros artistas modernistas paraenses.
 
“Grande parte da família de Bruno de Menezes está bem emocionada e feliz com a homenagem. Assim como já ocorre em outras capitais brasileiras, estamos homenageando um fazedor de cultura da nossa terra, dando a ele um espaço que reúne suas obras”, pontuou o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, durante o anúncio da criação do espaço.

Bruno de Menezes, o modernista paraense

Prestes a completar cem anos da Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo em 1922, que marcou o movimento artístico modernista no Brasil, a Prefeitura de Belém anuncia a criação de uma Casa de Cultura, para reunir as obras de artistas paraenses, inclusive dos modernistas, como é o caso do poeta e folclorista Bruno de Menezes, que dará nome ao espaço.

Considerado o propulsor do Modernismo em Belém, Bruno de Menezes criou a revista Belém Nova, em 1923, reunindo trabalhos, tanto dos modernistas como de artistas anteriores.

Bruno também integrou a Academia Paraense de Letras, onde chegou à presidência. Sua poesia se caracteriza pelo canto à raça negra, pela cidade de Belém, as tradições e o amor. 

Sua obra mais conhecida, o livro Batuque, escrito em 1939, que é considerada a primeira obra poética modernista afrodescendente no Brasil, antecipando a negritude, criada em Paris por um grupo de autores negros. Em Batuque, o poeta expõe os hábitos e costumes do negro brasileiro.

Bento Bruno de Menezes Costa morreu em 1963, aos 70 anos, deixando um grande legado literário de Belém para toda a Amazônia e ao país.