Codem encerra programação do “Setembro Amarelo” com terapia comunitária com foco vivencial
O suicídio é um fenômeno concreto que atinge o mundo todo e gera grandes perdas à sociedade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), são registrados por ano mais de 700 mil casos de suicídios em todo o mundo. Porém, há muitos episódios subnotificados e esse número pode chegar a mais de 1 milhão de casos. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia no país.
Como etapa final da programação alusiva ao Setembro Amarelo, a Diretoria Executiva da Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belém (Codem), por meio da Diretoria de Suporte e Gestão de Pessoas (DSP), realizou, na manhã desta sexta-feira, 13, uma Ação de Autocuidado, que abordou a “Terapia Comunitária com Foco Vivencial”, proferida pelo médico de Família e Comunidade, Leon Mourão, mestre em Saúde Coletiva (USP).
A dinâmica da ação foi desenvolvida por rodas de conversas e uma metodologia simples, que se baseou em conversas e depoimentos dos participantes, de maneira que todos (individual e coletivamente) pudessem conversar sobre seus problemas comuns e encontrar os caminhos para solucionar ou dividir as suas dores.
Mais cuidado
“Percebi um espírito de união e colaboração entre os servidores da Codem, algo bem mais intenso e fortificado pela troca de saberes, afetos e experiências entre as pessoas. Isso permite que os participantes consigam individualmente olhar para si mesmos com mais cuidado, mais respeito, mais paciência”, disse o facilitador, Leon Mourão.
Segundo Mourão, na terapia comunitária integrativa existem estudos que demonstram a capacidade dela em abrandar o sofrimento psíquico, por meio do acolhimento, não somente por meio de um profissional, mas também pela comunidade, porque o que está se buscando é o estreitamento dos laços comunitários. “A pessoa se sente localizada em uma comunidade. Os vínculos, as relações pessoais, profissionais ficam fortalecidas, amparadas. A pessoa não se sente mais sozinha. Dessa forma, entender que isso diminui as possibilidades de suicídios, depressão, ansiedade e outras formas de sofrimento psíquico é um fator importante. Um cuidado em rede que faz muita diferença”, destacou.
Para o servidor Matheus Macedo, a ação de autocuidado foi muito importante, porque trouxe um panorama de modos e atitudes que podem ajudar no dia a dia do trabalho. “Saio mais leve desta terapia coletiva e feliz em poder me solidarizar com as pessoas, colegas de trabalho, que passam por inúmeras dores, assim como eu, e sofrimentos relacionados à saúde mental. Entendi que um abraço, fraterno, solidário, ouvir os presentes, me ver, sentir e poder ajudar já faz toda a diferença e é muito gratificante”, declarou.
A psicóloga da Companhia, Jaqueline Cunha, responsável pela programação encerrou fazendo um balanço positivo com o alcance dos objetivos das duas ações. “As duas ações foram pensadas com muito carinho e com muita dedicação com a finalidade de garantir momentos para que nós servidores lembremos que somos seres humanos e que precisamos cuidar cada vez mais da nossa saúde mental. Então, essas duas ações tinham como objetivo plantar alguma coisa positiva, do autocuidado, da importância da saúde mental e da valorização da vida”, disse.
Segundo a psicóloga, as ações tiveram foco no autocuidado, da saúde física, do cuidado à saúde de um modo geral, onde os servidores puderam expressar seus sentimentos, suas emoções, como se sentem e o quanto isso é importante, porque é tão difícil a gente ter esses espações de escuta nos dias de hoje. Para ela, as pessoas estão muito mais isoladas no seu mundo e as ações de autocuidado trouxeram para os servidores da Codem um momento para colocarem “para fora” as suas dores, preocupações e deixarem essas dificuldades para trás e seguirem em frente.
Superação
“Angústias, tristezas, depressões, ansiedades até pouco tempo atrás não se falava. No mundo atual há mais conhecimento científico, informação, diagnósticos e tratamentos, por isso, as pessoas agora falam mais, querem saber mais, procuram superar suas dificuldades relacionadas à saúde e isso é muito importante. A lógica agora é dizer o que tá passando, buscar apoio, entender que não está sozinho e que pode buscar ajuda, seja no trabalho, como estamos fazendo; na família, não igreja, nas universidades, buscar falar mais sobre a valorização da vida e das muitas campanhas como setembro amarelo, janeiro branco, enfim, todas essas ações que trazem essa prerrogativa da saúde mental e o quanto ela é importante para salvar vidas”, encerrou.
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